
Palavra pastoral

Castelos de areia
Lembro-me de quando ia à praia com minha família, e minhas filhas eram pequeninas. Ficava observando-as construírem esculturas de areia próximas ao mar. Após construírem seus castelos, a água do mar os derrubava. Todas as esculturas construídas tinham algo em comum: o tempo de existência delas era efêmero! O que determinava se esse tempo seria maior ou menor eram, em geral, três coisas: a tábua de marés; a disposição das meninas em continuar brincado; ou a boa vontade das demais pessoas – que muitas vezes derrubavam as esculturas que haviam sido construídas com muito esmero. Mas uma coisa era certa: aquelas esculturas eram passageiras!
Com as nossas vidas não é diferente. Passamos a maior parte do tempo planejando e construindo castelos que, em algum momento, irão ser destruídos. Uns são destruídos por causa dos muitos casos fortuitos ou motivos de força maior que se apresentam na vida. Outros, porque nos enfadamos deles e não temos mais disposição para continuar em frente – afinal de contas, desistir é mais fácil. Outros não prosperam, simplesmente, porque as pessoas que nos cercam não estão dispostas a nos deixar ir em frente – por várias razões como: inveja, concorrência, perseguição, ou simplesmente maldade.
O fato é que os nossos projetos nascem fadados ao fracasso!
Esta afirmação parece dura – e o é! – porque não queremos admitir que os nossos castelos são alicerçados em areia e construídos com areia. E é isto que os tornam tendentes à queda. A questão é: em que temos embasado nossos projetos? Ou ainda: o que empregamos na construção deles? Não podemos – e nem devemos – baseá-los apenas nas nossas vontades, pois elas são passageiras e acompanham as tendências do mundo. E mais: elas, quase sempre, são insuficientes para suportar as adversidades. Isto só é possível em palestras de motivação e em livros de auto-ajuda.
Não podemos, também, empregar material de fácil destruição na construção dos nossos sonhos, tais como: frases de efeito, direcionamento da vida para aquilo, única e exclusivamente etc.. Estas coisas, como já frisado, não resistem as intempéries da vida.
O que deve embasar os nossos sonhos é a vontade de Deus para as nossas vidas. Consta, em Isaias 55:8-9, que os caminhos de Deus não são os nossos caminhos e os Seus pensamentos não são os nossos pensamentos, pois assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os caminhos e os pensamentos de Deus: mais altos do que os nossos. Ou seja, Deus tem sempre os melhores planos e os melhores caminhos para serem trilhados por nós. O que precisamos fazer é direcionar os nossos projetos para a vontade Dele!
Se fizermos isto, não haverá mais frustração, pois os nossos projetos não estarão alicerçados em areia, e sim, na vontade soberana de Deus. O material empregado na construção deles será a Palavra de Deus, que é viva e eficaz – e sempre se cumpre, pois Deus afirma que vela sobre Ela para a cumprir (Jeremias 1:12).
Seja abençoado.
Pr. Valter Vandilson Custódio de Brito